14 de janeiro de 2008

Escatologia em Fascículos


Da panóplia de grandes obras por escrever e publicar, há uma que versa sobre casas-de-banho e que sairá em regulares fascículos semanais no Expresso.
Casas-de-Banho de Portugal
vem tomando forma há largos anos, por força de contacto com os sanitários públicos e privados. Visite uma casa, entre numa pastelaria, vá a um restaurante, ande de comboio ou de avião, consulte o médico ou corte o cabelo - tenho, impreterivelmente, de ir à casa-de-banho do sítio. Sigo no carro, país fora, e eis-me parada na estação de serviço e na taberna frequentada por camionistas. Tudo apenas com um objectivo - conhecer o mictório.
Ora, anos de larga pesquisa não podem ser desperdiçados.
Imaginemos um guia de viagens que indique não o melhor restaurante ou hotel que mantém a melhor relação qualidade/preço, mas o WC mais agradável - aquele em que existe sempre papel higiénico, sabonete, toalhas que secam de facto as mãos (em vez dos barulhentos secadores ou dos papelinhos pouco absorventes), onde o cheiro é agradável e onde não há filas de mulheres histéricas com crianças chorosas pela mão.
São estes recantos que Casas de Banho-de-Portugal se propõe divulgar.
Os leitores podem achar esta ideia sui-generis. Mas pensem, meus amigos: quando o corpo nos exige que rumemos ao sanitário mais próximo não procuramos nós um recanto que nos forneça privacidade, higiene e conforto? Se sim, porque é que a maior parte das casas-de-banho em que entramos são nojentas? Não será agradabilíssimo ter um livro no porta-luvas do carro que nos mostre quais os WC's seguros e quais aqueles que devemos a todo o custo evitar?
A mim, parece que sim.
Mijar, cagar e trocar tampões são actividades tão necessárias como comer, beber e dormir. Se há uma Rota dos Vinhos e uma Rota da Gastronomia, não vejo porque não haja um bom guia que informe onde se podem satisfazer outras necessidades fisiológicas.
O que é certo é que a minha pesquisa recebeu um novo estímulos quando encontrei este artigo na Wikipedia. Daí passei para este e finalmente para este. De facto, havia vários anos que não me cruzava com o WC desta tipologia... até que no ano passado, por força de utilizar os transportes públicos, dei com um na estação de autocarros de Évora.
Todo um mundo de fascinante.
E não se preocupem leitores: oferecemos uma caixa-arquivadora com o primeiro número de Casas-de-Banho de Portugal. De fácil transporte, esta útil obra permitirá que se evitem todas os WCs nojentos com que o viajante incauto se depara nos seus périplos pelo país.

1 comentário:

Anónimo disse...

Foi você que se queixou de falta de inspiração?