8 de fevereiro de 2008

Explicações

Alguns leitores manifestaram a sua preocupação por causa do meu Obituário. "Estás bem?"; "O que se passa?"; "Mas estás parva, miúda?". Reparem, leitores: estou a biografar o Grupo do Lumiar, lembram-se? Nesta biografia ficcional de um Grupo, que existente, até à data só teve uma influência na nossa imaginação - não cabe também a minha morte ficcional? Não faz ela parte da história?
O Grupo do Lumiar, bem vistas as coisas, o que fez?
Houve umas festas em que se bebeu tequilla com sumo de ananás, comprados na Loja de Conveniência no início da Alameda das Linhas de Torres, quase no Campo Grande. Houve outra em que se bebeu água por saladeiras, porque todos os copos e canecas estavam sujos. De um dos Reveillons resta a lembrança de uma famosa uma saia pregueada de xadrez e de se ter ido às Docas (!). O Grupo andava muito de táxi nessa altura.
Há quem conte uma história mirabolante que implica uma corrente na porta, uma festa de cerveja, e um casaco em mau estado: mas essa narrativa será desvendada no romance A Última Tanga em Lisboa, que tal como outros projectos literários, ainda não viu a luz do dia.
Comemorámos o meu vigésimo primeiro aniversário (em 1997!) e chorámos todos, tão confiantes éramos na força dos sonhos e da amizade.
Dez anos passados, está a acontecer ao Grupo o mesmo que acontece a todas gerações: aburguesa-se. Não é por mal. Só estamos mais cépticos e apreciamos mais o conforto.
Não é caso para se preocuparem com o meu obituário, leitores. Não interessa se foi o dia de chuva ou a desarrumação momentânea nas gavetas do meu coração que ocasionaram tais palavras. Pensemos que era por causa do Grupo do Lumiar, afinal.
A recente Rufusfilia reorganizou tudo.

1 comentário:

MonteMaior disse...

Não me lembro da saia pregueada de xadrez!!!