2 de julho de 2008

Fatigada de determinadas patologias, a autora quer recuperar forças no meio das flores

4 comentários:

Anónimo disse...

"No entanto, mais nada me resta além das palavras. Somos um para o outro apenas uma mistura de palavras e memórias sangradas. Vale isso o que vale. Somos apenas palavras. Não seremos nunca actos. Apenas discurso.
Actos e discurso são coisas confusas e enredadas. Contraditórias. Humanas. Não há nada que me explique de forma liminar e cabal. Sou outras coisa. Estou na dobra. Amo e odeio com a mesma força. Choro e sorrio com a mesma inteireza. Incompreensível, para quem só vê uma das faces do problema, que considera o problema plano e direito. E no entanto, o problema é sempre multidimensionado: modelado por quantas mãos o vivem e por quantos momentos o fazem.
Filosofia barata, dirás.
E no entanto: este ser difuso que sinto, este ser sozinha que sou é a única coisa que faz sentido para mim. Imagino-me longe de tudo, longe de mim, muitas vezes, distante e etérea. Longe de tudo. E isso faz-me: o quê?
Pergunto: há quanto tempo fomos embora um do outro e porque é que insistimos tanto em não ir embora? Se fomos embora há tanto, tanto tempo... Se não estivemos, afinal. Se os corpos estiveram, mas a alma nunca foi a mesma. Então que resta: esforço? suor? lágrimas? sangue? fingimento? novo engano?
Esforcei-me, transpirei, chorei, sangrei, fingi, enganei. Amei em todos os momentos. E não amei, em simultâneo. Tudo difuso e confuso. Desconexo.
Sou só discurso."
como o poema do eugénio...

Maria Filomena Barradas disse...

Já agora, caro João: conviria esclarecer que as palavras que cita no seu comentário, são palavras que escrevi em "O post em que finalmente falo de ti", publicado a 24 de Novembro de 2006. Confirme-se colando este endereço na barra do navegador de internet que usa: http://ultrabanalidades.blogspot.com/2006_11_01_archive.html
Sabe como é. Nós os académicos temos estes pruridos com a citação. Gostamos de mostrar que lemos e onde lemos.
A apropriação não lhe fica bem.

Anónimo disse...

Não queria apropriar, daí as aspas. Queria fazer a referência de que o texto é teu, do próprio blog, mas já tinha carregado "enter" e chamaram-me para ir esclarecer umas dúvidas nos exames, daí a falta de referência.

Maria Filomena Barradas disse...

Imaginará, decerto, que as suas circunstâncias interessam-me pouco.
Quis apenas que houvesse uma maior propriedade e correcção no seu comentário.