1 de novembro de 2008

Eu cá aprecio João Vale e Azevedo

Nestes meus breves apontamentos falta-me reflectir sobre uma figura portuguesa lembrada pelas piores razões: João Vale e Azevedo. E tenho de dizê-lo honestamente. Aprecio o famoso bandido.
Conheço mal JVA; lembro-me mal da sua passagem pelo Benfica (não acompanho a carreira do Glorioso); sei que esteve preso, mas desconheço a especificidade do crime que fez este senhor ficar privado da liberdade. Ei-lo fora e ei-lo que foge para o estrangeiro.
Um bandido vulgar iria para o Brasil ou para a Venezuela. Diluir-se-ia no mundo, temendo a mão austera da lei. Porém, JVA nada teme. Refugia-se, como um verdadeiro estrangeirado, em Londres, numa mansão. Devido aos problemas com a canalização é forçado a mudar de casa. E ei-lo de novo, agora no countryside, vivendo paredes meias com vedetas da música.
O que é mais fascinante em JVA é que ele acredita na sua inocência. Não é o bandido que invoca cabalas, complots ou outras formas populares de, em Portugal, os bandidos se desculparem dos crimes que cometeram. A mundividência de JVA fá-lo acreditar que está inocente. E o mais incrível é que nos faz acreditar também. É preciso talento, senhores. JVA é o mentiroso perfeito. Que mais se pode querer?