27 de agosto de 2014

Três meses

1. Maldita ocitocina
A história começa com mamas. As minhas. Inchadas como bolas de basquete desde o dia que chegámos a casa do hospital e durante os dois meses seguintes. Bebé sem conseguir mamar. Bebé no hospital porque perdeu muito peso. Eu desesperada. Bebé agarrado às mamas horas a fio. Bebé a querer biberão. Blá-blá-blá, insista na amamentação. Blá-blá-blá, suplemento. Blá-blá-blá, faça assim. Blá-blá-blá, faça assado. Pensamentos maus: Porque é que ninguém conta estas coisas? Porque é que ninguém diz: "os primeiros tempos com o bebé serão os piores da tua vida". Porque são. Felizmente, depois o cérebro encarrega-se de apagar isso.

2. Possessões demoníacas
O bebé chora. É fome. É porque odeia o banho. É porque tem de chorar, porque sendo bebé é a única coisa que sabe fazer. Chorar e dar cabo da cabeça à mãe e ao pai. Cala-te bebé, cala-te já. Ou isso ou chama-se um exorcista quando estiveres com as cólicas, isto é, quando estiveres com qualquer coisa que te faz berrar e que não fazemos puto de ideia como se resolve, como se acalma. O quê? Afinal isso tudo é porque o teu mal era sono?

3. Domesticação 

8h-  Bebé acorda e papa.  Mamas e biberão. Brinca um bocadinho na espreguiçadeira, enquanto a mãe toma o pequeno almoço.
9h30- Bebé volta ao berço. A mãe toma duche. Quando sai, o bebé adormeceu (sozinho)
11h- Bebé papa. Bebé passeia.
13h - Mãe almoça. Bebé almoça.
14h- Bebé dorme a sesta. A mãe também.
17h- Bebé lancha. A mãe lancha.
18h30- Bebé passa pelas brasas no colo da mãe, depois de ter brincado um bocadinho.
19h15 - Bebé toma banho
19h40 - Bebé janta.
20h30 - Bebé vai para a caminha.
20h45 - Mãe e pai jantam. Um longo serão à frente. Aleluia!