18 de fevereiro de 2008

A intempérie #2

O vento, que já acalmou, trouxe-me lembranças dos Novembros da minha infância: o vento uivava, o lume de chão crepitava, as linguiças secavam no fumeiro.
À tarde, depois da escola, fazia bonecos de barro, enquanto os meus avós apanhavam azeitona. O barracão cheirava a fardos de palha e a ovelhas e estava cheio de tesouros. Entre eles, havia um pequeno barco a remos coberto de teias de aranha: o meu pai tinha um barco e eu era estupidamente feliz.

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