4 de maio de 2008

Dia da Mãe

(Calvin Klein,Eternity,Christy Turlington, Hollister Ranch,Santa Barbara,California 1991)


Todos os presentes que laborei na escola para os Dias da Mãe (e do Pai) ficaram muito feios. Não feios em si: simplesmente sempre me faltou talento para as arts and krafts. A Marta, por exemplo, era muito mais perfeitinha do que eu. E tinha uns legos tão lindos, tão bem montados. Os brinquedos dela, dum modo geral, superavam os meus à légua.
Mas o dia da mãe é agora só mais uma desculpa para se gastar dinheiro. E eu estou tão cansada da crise e de verificar que já nem tenho dinheiro de pagamento em pagamento que só me apetece morrer. Ou dar um tiro na cabeça e mudar-me para Espanha. Não sei bem. Não sei mesmo nada bem.
No supermercado, campanha do Banco Alimentar. Ofereço um pacote de esparguete, consciente de que me queixo de nada. Que os meus problemas financeiros derivam essencialmente da minha gestão danosa. Gastei em roupa porque a que tinha estava esgaçada. Gastei no gasóleo e na portagem da autoestrada. Investi num curso livre. Comprei livros. Tive de pagar o condomínio, a ligação à internet, a electricidade, o gás, a água. Tive de comer. Gastei demasiado em maços de cigarros e demasiado no ginásio, onde não pus os pés. Ainda por cima, cometi a insanidade de ir ao médico e pagar 50 euros por uma consulta. Este mês juntam-se: revisão, inspecção e selo do carro. Penso que se não sair de casa nas próximas 3 semanas, se conseguir fechar o mundo lá fora, se me alhear completamente, consigo adiar o inevitável: pedir dinheiro aos pais, ouvir o discurso moralista do meu pai, blá-blá-blá uma necessidade-blá-blá-blá não podes gastar assim, blá-blá-blá.
Só de pensar nestas sábias palavras tenho vontade de morrer.
Ainda ninguém me ofereceu o manual de instruções para me conseguir orientar na vida. E falo de um manual, não dum romance, AJR!
Pelo menos, quando éramos pequenos, era tudo mais fácil. A mãe sabia. E no entanto, nesse tempo, só queríamos crescer e ser adultos.
Céus: mas para quê?

1 comentário:

Anónimo disse...

pois tds nós keriamos ser mais velhos...
agora kem me dera ser criança outra vez e ja fiz 31... apesar de eu concordar com uma frase k li por ai algures k dizia
- nos somos criança a vida toda os brikedos é k mudam com a idade