1 de junho de 2008

Daqui em diante, o mundo dificilmente descobrirá mais Cancioneiros de Martim Codax. Já não escrevemos à mão. Pergaminho e papel obsoletos. O futuro descobrirá e resgatará material electrónico. É no disco que nos inscrevemos e não no papel.
Como é dar com o vidro do carro rebentado e perceber que o objecto mais precioso - aquele que nos servia para tudo - desapareceu? E compreender de imediato que não exactamente nada a fazer - a queixa inútil na PSP, ok. Esperamos que a nossa propriedade intelectual não seja violada, sabendo de antemão que o pode ser. Temendo que fotos apareçam publicadas em sites. Que fazer a seguir?
No meu caso, que gosto de narrativizar tudo, imaginei o seguinte: que se este triste episódio teria grande importância na economia da minha história. Significaria qualquer coisa. Por exemplo, que se iria abrir à minha frente um tempo novo, cheio de possibilidades. Uma viragem na narrativa, portanto.

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