Pede-me um leitor que aborde o tema : "O cheiro dos táxis".
Os táxis têm sido tema tratado abundantemente por Nuno Markl. E eu, desde que deixei de residir no 28-4º Esquerdo, da Rua Luís de Freitas Branco, ao Lumiar, e tenho carta de condução - praticamente deixei de andar de táxi.
Diz o leitor que os táxis cheiram mal. Mas a minha memória visual retém é árvores de cheiro penduradas no espelho retrovisor. Por isso, havendo, é certo, um cheiro de táxi, o taxista procura camuflá-lo com o aroma a pinho.
Do que me lembro efectivamente dos táxis é como são perigosos. Atrás do volante vai não um solícito Jarbas, mas um temerário Fittipaldi, abrindo caminho pelas filas de trânsito e deixando os clientes com o coração na boca. Não há meio de transporte mais perigoso.
Como é do conhecimento geral, este mesmo Fittipaldi alberga sob o casaco de cabedal e do bigode um estadista e um treinador de futebol. Ele sabe como levar o Benfica a ganhar todas as taças. Ele conhece o segredo para transformar esta choldra deste país, numa coisa tipo Dinamarca. E remata a corrida com um: "Este país precisa é dum Salazar!".