9 de maio de 2008

Li Assassinato di Lenita (um breve esclarecimento)

Como vêem, leitores, esta coisa do Li Assassinato di Lenita vem sendo fermentada há vários anos, remontando a primeira referência à obra ao saudoso Heterobanalidades, onde Filomena Barradas e António Ramalho colaboraram brevemente.
Se Lenita é uma figura real?
Eu lembro-me duma rapariguinha franzina, desengraçada, incaracterística, que um dia chegou lá a casa com uma cassete do Kenny G. na mão. Há vários testemunhos que afirmam, veementes, que a dada altura, ela teve a pretensão de se perpetuar pelo apartamento, ocupando o quarto, onde uma bandeirola do Che Guevara vivia ao lado dum roupeiro cheio de gravatas feias. As más línguas lembram uma certa ocasião em que Lenita saiu, destroçada chorando, porta fora.
Penso que posso aproveitar este episódio para a cena do baile: pessoas desfilando em trajes do século XVIII e damas de leque, num cenário opulento.
Lenita, a amada do Barão von Zatracený, descobre que o Barão já não a ama. Desesperada, sai do baile e corre para a floresta. O Barão persegue-a, montado a cavalo.
Na varanda do Palácio, os figurantes cantam uma área inspirada em Não Vás ao Mar, Toino, que lembra o Auto da Fé do Bernstein.
Entretanto, Lenita, chantagista, recupera a sua influência junto do Barão e consegue que ele comece a odiar as suas dedicadas primas - três adoráveis jovens que tinham crescido o Barão e que só queriam o seu bem e que viam em Lenita uma influência perniciosa.
Lenita ganha mais e mais influência sobre o Barão e obriga-o a fazer uma escolha: ou a companhia dela ou a companhia das primas.
O Barão obedece.
As primas, sentindo-se triste e traídas na sua amizade e dedicação, conspiram na morte de Lenita. Finalmente, sabendo que a pérfida é grande apreciadora de sumos de laranja, as jovens resolvem espremer cinco laranjas e juntar-lhe umas gotinhas de estrictina. Usando de manhas e fingindo-se amigas de Lenita, serve-lhe a sua última bebida...
Seguem-se 10 minutos de extretor de morte, com Lenita cantando a plenos pulmões: "Estou a morrer! Mataram-me!", etc.
As primas ficam muito felizes e fazem uma dança da alegria. Infelizmente, o Barão von Zatracený nunca mais volta a ser o mesmo e nunca consegue perdoar realmente as amigas que o tinham livrado daquela peste.
De facto, ela acabou por desaparecer. Mas não sei como nem porquê. Julgo que foi porque era mesmo muito chata.

1 comentário:

MonteMaior disse...

A rir desenfreadamente.
Genial